Sentaram à mesa.
Os olhos até então pequenos
não enxergaram quem lhes
servia o vinho,
na nevoa obscura costurada das entranhas do desejo,
a mão que espalhava, era a mesma que tecia suas vontades ao redor
dos desconsiderados guerreiros.
Do vinho outrora doce, se fez sangue.
Sedados pela ânsia de tomá-lo,
em um bruto gole beber-lhe à seiva,
mal perceberam que a bebida santa ,
transformara-se em apenas mais um desejo de quem a servira,
quando já sedentos e sem mais força,
combatendo um último gole,
um deles levanta:
- Mas, donde fora o doce sabor a soprar as espáduas de quem lhe toca?
Ollhara novamente para dentro do cálice torpe de vontades,
agora podia ver o sangue, já envenenado pela sordícia de quem lhe reenchia a taça,
bastava como busca infinita da quietude de seu espírito, tentar alertar os de mais
que em transe já não percebiam o que lhes era servido.
Alastrou-se pela mesa o terror
acompanhado de seu irmão milenar o pânico,
estarreceu todos ,
em choque com a sagrada mão que dantes ofertava apenas mel...
Descobriram os bravos guerreiros que da superfície não se enxerga o fel.
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