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sábado, 25 de junho de 2011

Suave até que amargo

Sentaram à mesa.
Os olhos até então pequenos
não enxergaram quem lhes
servia o vinho,
na nevoa obscura costurada das entranhas do desejo,
a mão que espalhava, era a mesma que tecia suas vontades ao redor
dos desconsiderados guerreiros.

Do vinho outrora doce, se fez sangue.

Sedados pela ânsia de tomá-lo,
em um bruto gole beber-lhe à seiva,
mal perceberam que a bebida santa ,
 transformara-se em apenas mais um desejo de quem a servira,
quando já sedentos e sem mais força,
combatendo um último gole,
um deles levanta:

- Mas, donde fora o doce sabor a soprar as espáduas de quem lhe toca?

Ollhara novamente para dentro do cálice torpe de vontades,
agora podia ver o sangue, já envenenado pela sordícia de quem lhe reenchia a taça,
bastava como busca infinita da quietude de seu espírito, tentar alertar os de mais
que em transe já não percebiam o que lhes era servido.

Alastrou-se pela mesa o terror
acompanhado de seu irmão milenar o pânico,
estarreceu todos ,
em choque com a sagrada mão que dantes ofertava apenas mel...
Descobriram os bravos guerreiros que da superfície não se enxerga o fel.

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